As orientações metodológicas deste curso, em consonância com a proposta pedagógica do Senac, pautam-se pelo princípio da aprendizagem com autonomia e pela metodologia de desenvolvimento de competências, entendidas como “ação/fazer profissional observável, potencialmente criativa(o), que articula conhecimentos, habilidades e atitudes/valores e que permite desenvolvimento contínuo” (SENAC, 2022)[1].
As competências que compõem a organização curricular do curso foram definidas com base no perfil profissional de conclusão, considerando a área de atuação e os processos de trabalho desse profissional. Para o desenvolvimento das competências, foi configurado um percurso metodológico que privilegia a prática pedagógica contextualizada, colocando o aluno diante de situações de aprendizagem que possibilitem o exercício contínuo da mobilização e a articulação dos saberes necessários para a ação e a solução de questões inerentes à natureza da ocupação.
A mobilização e a articulação dos elementos da competência requerem a proposição de situações desafiadoras de aprendizagem que apresentem níveis crescentes de complexidade e se relacionem com a realidade do aluno e o contexto da ocupação.
As atividades relacionadas ao planejamento de carreira dos alunos devem ocorrer de forma concomitante ao desenvolvimento das marcas formativas: colaboração e comunicação, visão crítica, criatividade e atitude empreendedora. Recomenda-se que o tema seja abordado no início das primeiras unidades curriculares do curso e revisitado no decorrer de toda a formação. A partir da reflexão sobre si mesmo e sobre suas trajetórias profissionais, os alunos podem reconhecer possibilidades de atuação na perspectiva empreendedora e elaborar estratégias para identificar oportunidades e aprimorar cada vez mais suas competências.
O docente pode abordar com os alunos o planejamento de carreira a partir dos seguintes tópicos: a) ponto de partida: momento de vida do aluno, suas possibilidades de inserção no mercado, fontes de recrutamento e seleção, elaboração de currículo, remuneração oferecida pelo mercado, competências que apresenta e histórico profissional; b) objetivos: o que o aluno pretende em relação à sua carreira em curto, médio e longo prazos; e c) estratégias: o que o aluno deve fazer para alcançar seus objetivos.
Esse plano de ação tem como foco a iniciativa, a criatividade, a inovação, a autonomia e o dinamismo, na perspectiva de que os alunos possam criar soluções e buscar formas diferentes de atuar em seu segmento.
No que diz respeito às orientações metodológicas para a Unidade Curricular Projeto integrador (UCPI), recomenda-se que o docente apresente aos alunos o tema gerador a ela vinculado na primeira semana do curso, possibilitando-lhes modificar e/ou substituir a proposta inicial. Para a execução da UCPI, o docente deve atentar para as fases que a compõem: a) problematização (detalhamento do tema gerador); b) desenvolvimento (elaboração das estratégias para atingir os objetivos e dar respostas às questões formuladas na etapa de problematização); e c) síntese (organização e avaliação das atividades desenvolvidas e dos resultados obtidos).
Ressalta-se que o tema gerador deve se basear em problemas da realidade da ocupação, propiciando desafios significativos que estimulem a pesquisa a partir de diferentes temas e ações relacionados ao setor produtivo ao qual o curso está vinculado. Nesse sentido, a proposta deve contribuir para o desenvolvimento de projetos consistentes, que ultrapassem a mera sistematização das informações trabalhadas durante as demais unidades curriculares.
No que diz respeito à apresentação dos resultados, o docente deve retomar a reflexão sobre a articulação das competências do perfil profissional e o desenvolvimento das marcas formativas, correlacionando-os ao fazer profissional. Deve, ainda, incitar o compartilhamento dos resultados do projeto integrador com todos os alunos e a equipe pedagógica, zelando para que a apresentação estabeleça uma aproximação com o contexto profissional. Caso o resultado não atenda aos objetivos iniciais do planejamento, não há necessidade de novas entregas, mas o docente deve propor aos alunos que reflitam sobre todo o processo de aprendizagem com o intuito de verificar o que acarretou o resultado obtido.
O domínio técnico-científico, a visão crítica, a colaboração e comunicação, a criatividade e atitude empreendedora, a autonomia digital e a atitude sustentável são marcas formativas a serem evidenciadas ao longo de todo o curso. Elas reúnem uma série de atributos que são desenvolvidos e/ou aprimorados por meio das experiências de aprendizagem vivenciadas pelos alunos e têm como função qualificar e diferenciar o perfil profissional do egresso no mercado de trabalho.
Nessa perspectiva, compete à equipe pedagógica identificar os elementos de cada UC que contribuem para o trabalho com as marcas formativas. Assim, elas podem ser abordadas com a devida ênfase nas unidades curriculares, a depender da proposta e do escopo das competências.
Portanto, trata-se de um compromisso educacional promover, de forma combinada, tanto o desenvolvimento das competências como o das marcas formativas, com atenção especial às possibilidades que o projeto integrador pode oferecer.
Orientações metodológicas específicas por unidade curricular
UC 1: Promover as políticas de saúde e segurança do trabalho
Nessa unidade curricular o docente poderá planejar atividades de pesquisas no site de organizações para ver suas políticas de saúde e segurança do trabalho, possibilitando aos alunos conhecer a importância e as vantagens de uma política de segurança coerente com o ambiente de atuação do técnico em segurança do trabalho.
UC 2: Realizar avaliação e medidas de controle de riscos físicos, químicos e biológicos
Nesta unidade curricular será abordada normas nacional NR 9 “Deve ser realizada análise preliminar das atividades de trabalho e dos dados já disponíveis relativos aos agentes físicos, químicos e biológicos, a fim de determinar a necessidade de adoção direta de medidas de prevenção ou de realização de avaliações qualitativas ou, quando aplicáveis, de avaliações quantitativas”. Em relação às normas internacionais, “Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15 e seus anexos, devem ser utilizados como referência para a adoção de medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH”.
O desenho técnico poderá ser trabalhado pelo docente de forma manual ou com a utilização de programas específicos (como o SketchUp, que é de uso livre) para elaboração de croquis e para compor o relatório de análise dos riscos físicos, químicos e biológicos. Quando houver necessidades de fazer cálculos, o docente poderá acessar calculadoras online em diversos sites, por exemplo:
1 - http://www.calculadoraonline.com.br/cientifica
2- http://www.calculadoraonline.com.br/calculadora-virtual-gratis
3 - http://www.alcula.com/es/calculadoras/calculadora-cientifica/
Em relação ao Mapa de Risco, sugere-se fazer uma introdução ao tema e utilizar, se possível, o software visualizador de plantas.
UC 3: Monitorar riscos ocupacionais
Nesta unidade curricular, indica-se a demonstração de monitoramentos para cada agente de riscos ocupacionais. É importante que o docente planeje atividades, como visitas técnicas, pesquisas e entrevista com profissionais que atuem em organizações de prestação de serviços em medicina e segurança do trabalho. O desenho técnico poderá ser trabalhado pelo docente de forma manual ou com a utilização de recursos tecnológicos, com programas específicos, como o SketchUp, que é de uso livre, para a análise dos riscos ergonômicos. Recomenda-se demonstrar os tipos e os usos dos instrumentos utilizados em higiene ocupacional.
UC 4: Realizar avaliação e medidas de controle de riscos ergonômicos e de acidentes
Nesta unidade, o desenho técnico poderá ser trabalhado pelo docente de forma manual ou com a utilização de recursos tecnológicos, com programas específicos, como o SketchUp, para a análise dos riscos ergonômicos. Sugere-se que o docente promova ações relacionadas à produção de mapas de riscos. Poderão ser trabalhados os conhecimentos acerca dos instrumentos utilizados em higiene ocupacional.
UC 5: Promover ações de investigação, registro e controle de incidentes, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
Nesta unidade curricular são apresentadas as principais metodologias disponíveis na literatura em relação à investigação de incidentes e acidentes de trabalho. É importante que o docente planeje atividades, como visitas técnicas, explore casos reais para que o aluno analise criticamente as situações de acidentes e incidentes. O docente poderá solicitar uma pesquisa sobre softwares disponíveis no mercado desenvolvidos para gerenciar ocorrências de acidentes e incidentes nas organizações.
UC6: Promover ações de elaboração dos programas de saúde e segurança do trabalho
O docente poderá planejar atividades para que os alunos conheçam os principais programas de saúde e segurança do trabalho. Recomenda-se priorizar a elaboração do gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO) e do Programa de Prevenção de Riscos, e quando possível explorar softwares disponíveis no mercado sobre gerenciamento de saúde e segurança do trabalho nas organizações. É importante que o docente planeje atividades, como visitas técnicas, pesquisas e entrevista com profissionais que atuem em organizações de prestação de serviços em medicina e segurança do trabalho.
UC 7: Implantar os programas de saúde e segurança do trabalho.
Sugere-se visitas técnicas a organizações que tenham programas de saúde e segurança do trabalho implantados e implementados, para que os alunos conheçam, discutam e analisem as possibilidades e benefícios desses programas.
UC8: Gerenciar situações de emergências de primeiros socorros
Nesta unidade curricular a proposta é explorar situações de simulação de acidentes, incluindo acidentes de trajeto. As simulações deverão ser variadas, uma vez que o profissional poderá atuar em diversos segmentos organizacionais e trabalhará no gerenciamento da situação.
UC9: Gerenciar situações de emergências e prevenção de incêndio
Podem ser exploradas estratégias como visitas técnicas a organizações, para que os alunos tenham contato com os diversos modelos de plano de emergência. Além disso, podem ser planejadas simulações com equipe do corpo de bombeiros, para que os alunos possam desenvolver habilidades na execução de ações para prevenção de emergência e urgência. Buscar, se possível, parcerias com organizações ou órgãos específicos para a demonstração da prática profissional em pistas de treinamentos de combate a incêndio.
UC10: Planejar ações educativas em saúde e segurança do trabalho
A proposta é que os alunos planejem ações educativas em saúde e segurança do trabalho. Para tanto, é fundamental incentivar atividades exploratórias e trocas de experiências sobre iniciativas existentes no mercado e as necessidades das organizações.
UC 11: Executar ações educativas em saúde e segurança do trabalho
Nesta UC o desafio é que o aluno elabore uma proposta de ação educativa em saúde e segurança do trabalho. Sugere-se reforçar as questões relacionadas a comunicação, argumentação, capacidade de análise e crítica, tendo em vista as necessidades da competência.
UC 12: Executar Sistema de Gestão Integrada
Sugere-se uma visita técnica a uma empresa que tenha Sistema de Gestão Integrado. É importante que essa empresa tenha um profissional que possa demonstrar a importância do Sistema de Gestão Integrada. É recomendável que a empresa escolhida tenha as certificações ISO 14.001, ISO 9.001, ISO 45.001, SA 8.000 e ISO 26.000, ou certificações equivalentes ou superiores. Ainda na UC 12, recomenda-se convidar profissionais técnicos das áreas de qualidade, saúde, segurança do trabalho e responsabilidade social para workshops, mesas-redondas, seminários e debates.
UC 13: Projeto Integrador Técnico em Segurança do Trabalho
No contexto do Projeto Integrador para alunos do curso Técnico em Segurança do Trabalho, sugerem-se estratégias metodológicas práticas e envolventes para a preparação eficaz para os desafios reais da profissão.
Orientações para a proposta 1: Prevenção de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho
- Visitas técnicas a empresas: planeje visitas a diferentes setores industriais para que os alunos observem diretamente como as normas de segurança são aplicadas. Isso pode incluir a análise de espaços confinados, construção civil, instalações elétricas, entre outros.
- Oficinas de análise de risco: promova workshops em que os alunos pratiquem avaliações de risco detalhadas, considerando variáveis como agentes físicos, químicos e biológicos, e proponham medidas preventivas com base nas normas regulamentadoras, conforme as empresas que eles selecionaram no projeto.
- Gestão de saúde e segurança do trabalho e o desempenho das empresas
- Estudos de caso: utilize estudos de caso reais de incidentes de trabalho para explorar a importância da gestão de saúde e segurança no ambiente corporativo. Analise as consequências legais, financeiras e humanas de acidentes e como práticas proativas podem gerar ambientes de trabalho mais seguros e produtivos.
- Painéis de discussão com profissionais da área: organize sessões interativas com especialistas em segurança do trabalho, permitindo que os alunos explorem como estratégias eficazes de SST podem melhorar a reputação, a produtividade e a sustentabilidade das empresas.
Em todas as atividades, trabalhe o desenvolvimento das marcas formativas. É importante que os alunos documentem seus processos e conclusões, criando um portfólio que demonstre sua competência e crescimento na área. Além disso, o feedback contínuo e a avaliação por pares devem podem ser incorporados para enriquecer o aprendizado e a autoavaliação