O mercado de beleza masculina vem crescendo significativamente, impulsionado por tendências de consumo que valorizam cuidados pessoais e serviços com foco na experiência do cliente em barbearias. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC),  o Brasil está posicionado como segundo maior consumidor de produtos de beleza masculinos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos . Esse cenário apresenta  desafios, como o domínio de novas técnicas e tecnologias de atendimento, e oportunidades, ao demandar profissionais habilitados a oferecer experiências diferenciadas, gestão eficiente do negócio e estratégias de marketing inovadoras.
Em termos sociais, a atuação do barbeiro contribui para elevar a autoestima dos clientes, gerar postos de trabalho e movimentar a economia local. Além disso, o serviço de barbearia desempenha um papel cultural, agregando valor à comunidade por meio de espaços de convivência e cuidado pessoal. 
Nesse contexto, a oferta do curso de Barbeiro pelo Senac revela-se fundamental, pois alia formação técnica atualizada, desenvolvimento de competências empreendedoras e práticas sustentáveis, preparando o profissional para atender às exigências do mercado de forma ética, segura e competitiva.

O desenvolvimento da oferta ora proposta requer docentes com ensino médio completo, preferencialmente graduados, com experiência profissional em barbeiro ou cabeleireiro. Se o docente for apenas cabeleireiro, deve também apresentar formação ou experiência profissional em Design de barba.
Quando houver oferta a distância, o Departamento Regional sede responsável pela oferta do curso definirá o perfil do tutor.

As orientações metodológicas deste curso, em consonância com a proposta pedagógica do Senac, pautam-se pelo princípio da aprendizagem com autonomia e pelo desenvolvimento de competências, conceituadas como “ação/fazer profissional observável, potencialmente criativa(o), que articula conhecimentos, habilidades, atitudes e valores e permite desenvolvimento contínuo” (SENAC, 2022) . 
Para tanto, foi configurado um percurso metodológico que privilegia a prática pedagógica contextualizada e promove a mobilização e articulação dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes necessários para a ação e a solução de questões inerentes à natureza da ocupação. Esse percurso é também orientado pelas Marcas Formativas Senac: domínio técnico-científico, visão crítica, colaboração e comunicação, criatividade e atitude empreendedora, autonomia digital e atitude sustentável, atuando com foco em resultados. 
Dado que o uso de inteligência artificial se torna cada vez mais relevante para a atuação profissional no Setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a Marca Formativa "Autonomia digital" desempenha um papel essencial na formação de profissionais capazes de integrar criticamente tecnologias emergentes em seus processos de trabalho, contribuindo para a inovação e a eficiência no ambiente profissional. 
Nessa perspectiva, é apresentado, a seguir, um conjunto de atividades, estratégias pedagógicas e recursos didáticos que serve como referência para a elaboração do plano de trabalho docente do Senac. Essas estratégias pedagógicas podem ser ajustadas e complementadas, levando em consideração as especificidades da turma, as demandas do contexto educacional e os objetivos estabelecidos no plano de curso. 
Para apoiar o planejamento e a execução das práticas educacionais, o Departamento Nacional recomenda consultar o site Espaço Docente,  que apresenta uma seleção de recursos de incentivo à adoção de tecnologias digitais para apoiar abordagens inovadoras no processo de ensino-aprendizagem. Nesse site é possível acessar: 
- plataforma Cachola:   ambiente de recursos educacionais do Senac que oferece materiais digitais para atender aos propósitos do MPS e promover o engajamento de alunos e docentes; 
- plataforma Cubus:  oferece metodologias de ensino-aprendizagem, estratégias pedagógicas e dinâmicas projetadas para apoiar o processo educacional;  
- Anuário de Tecnologias Educacionais : apresenta conceitos, reflexões pedagógicas e uma seleção de ferramentas digitais alinhadas ao Modelo Pedagógico Senac, considerando o desenvolvimento de competências à luz de novas tecnologias; 
- Mapeamento de Tecnologias Digitais : busca identificar ferramentas que se alinhem à oferta educacional do Senac e compartilhar boas práticas adotadas pelos Departamentos Regionais. 

Orientações metodológicas específicas para a unidade curricular: 
UC 1: gerenciar negócios de beleza.
1.    Estudos de caso e/ou simulação: sugere-se que o docente organize atividades por meio das quais os alunos pratiquem o que desenvolveram com relação a fluxo de caixa, precificação e controle de estoque, utilizando ferramentas tecnológicas, como planilhas eletrônicas e softwares de gestão para administrar finanças, cadastrar produtos e registrar vendas.
2.    Atividades de planejamento de marketing digital: recomenda-se que o docente desenvolva atividades por meio das quais os alunos terão de criar campanhas em redes sociais e plataformas específicas, que podem ser conduzidas para que eles pratiquem a análise de métricas de engajamento e fidelização de clientes, inserindo no processo discussões sobre LGPD, registro de MEI/Simples e a aplicação do Código de Defesa do Consumidor.
3.    Oficina Prática de Precificação: indica-se que o docente oriente os alunos a trabalharem em equipes nesta atividade.  Cada equipe deve definir cinco serviços para  precificar, levado em conta análise de fornecedores, negociação e demanda, reproduzindo situações reais do mercado. É indicado que o resultado seja apresentado aos demais colegas, para troca de experiências.
4.    Roda de conversa: recomenda-se que o docente apresente casos reais envolvendo direitos e deveres de consumidores em serviços de beleza. Os alunos devem propor sugestões para resolução de conflitos com clientes, respeitando as normativas legais.
5.    Prática profissional de planejamento de carreira: é indicado que o docente oriente os alunos a elaborarem um plano de desenvolvimento profissional, com metas de curto, médio e longo prazos. Posteriormente, os alunos devem  simular uma entrevista de emprego e networking, aplicando técnicas de branding pessoal.
Recursos 
Para esta competência sugere-se o uso diversificado de recursos pedagógicos, tais como: 
-    murais colaborativos, que facilitam a exposição de ideias, promovem a interação e ajudam a visualizar o progresso das atividades. 
-    mapas conceituais, que auxiliam na organização de conceitos e permitem ao aluno estabelecer relações entre os conhecimentos, as habilidades e as atitudes trabalhados e as situações de trabalho inerentes à ocupação. 
-    Senac Recomenda:  playlists que auxiliam nas diversas discussões propostas com vídeos relacionados à competência da UC: https://www.youtube.com/SenacRecomenda 

UC 2: organizar o ambiente e os processos de trabalho.
1-    Organização do espaço e de documentação: sugere-se que o docente propicie atividades para que os alunos realizem o manuseio e a higienização de mobiliários e utensílios, bem como a organização de documentos, sempre respeitando princípios de ergonomia, biossegurança e sustentabilidade.
2-    Visitas técnicas e simulações: é indicado que o docente leve a turma para visitas a locais de atuação profissional, experimentações e simulações em ambientes de laboratório e pesquisas sobre os diferentes aspectos envolvidos na gestão do espaço, orientando sobre o cumprimento das normas de vigilância sanitária, de forma a garantir a segurança e a saúde do profissional.
Recursos 
Para esta competência sugere-se o uso diversificado de recursos pedagógicos, tais como: 
-    mapas conceituais, que auxiliam na organização de conceitos e permitem ao aluno estabelecer relações entre os conhecimentos, as habilidades e as atitudes trabalhados e as situações de trabalho inerentes à ocupação; 
-    Senac Recomenda:  playlists que auxiliam nas diversas discussões propostas com vídeos relacionados à competência da UC: https://www.youtube.com/SenacRecomenda 
-    checklists e manuais de procedimentos: para orientar e avaliar as práticas de higienização e organização do ambiente;
-    modelos tridimensionais e diagramas: que representem a disposição ideal de mobiliários e utensílios, respeitando os princípios de ergonomia;
-    simuladores digitais: ferramentas que permitam simular a gestão e organização de espaços de trabalho.

UC 3: cortar e modelar barba e cabelo.
1-    Prática profissional de corte e barbearia: recomendam-se atividades que permitam aos alunos praticar técnicas em manequins ou modelos reais, com foco no diagnóstico e na avaliação da pele, fios e couro cabeludo.
2-    Estudos de caso e simulações: sugere-se a análise de situações reais ou simuladas que estimulem a tomada de decisões sobre o controle do tempo de aplicação de produtos, acompanhamento de reações e orientação ao cliente.
3-    Debates e pesquisas interativas: indicam-se discussões em grupo sobre novas tendências e tecnologias capilares, análise de rótulos de produtos e reflexões sobre boas práticas de segurança e higiene.
4-    Registros visuais e divulgação: propõe-se a documentação das etapas dos procedimentos (antes, durante e depois) para análise crítica e possível uso em mídias sociais, valorizando a comunicação profissional e a divulgação de boas práticas.
5-    Aprendizagem baseada em problemas: indica-se a resolução de desafios práticos relacionados ao atendimento do cliente, diagnóstico capilar e gerenciamento do tempo, com supervisão docente.
Recursos 
Para esta competência sugere-se o uso diversificado de recursos pedagógicos, tais como: 
-    plataformas digitais e simuladores: ferramentas que permitem explorar tendências tecnológicas e realizar simulações de procedimentos;
-    registros audiovisuais: gravações das práticas para análise reflexiva e uso como portfólio profissional;
-    kits didáticos para análise de produtos: amostras e rótulos para estudo das composições e compatibilidades químicas.

UC 4: realizar tratamento capilar, coloração, descoloração e alteração da estrutura da barba e do cabelo.
1-    Prática profissional: é indicada a execução de técnicas de coloração, descoloração e tratamentos químicos, com foco no acompanhamento das reações do cabelo, barba e couro cabeludo, garantindo a segurança e eficácia dos procedimentos.
2-    Estudos de caso e pesquisas aplicadas: recomenda-se a análise de situações reais ou simuladas, incluindo diagnóstico capilar,  teste de mecha e seleção de técnicas e produtos adequados às características individuais dos clientes.
3-    Aprendizagem baseada em problemas: sugere-se a resolução de desafios que envolvam a identificação de possíveis riscos, escolha de técnicas apropriadas e planejamento de cuidados pós-procedimento.
4-    Registros sistemáticos: é indicada a documentação das práticas adotadas, por meio de relatórios, portfólios ou conteúdos para mídias sociais, promovendo reflexão, comunicação profissional e organização.
5-    Debates sobre sustentabilidade: propõe-se discussões que abordem o descarte correto de resíduos, o uso consciente de produtos e as implicações ambientais dos procedimentos realizados.
Recursos 
Para esta competência sugere-se o uso diversificado de recursos pedagógicos, tais como: 
-    manequins capilares: para experimentação segura de técnicas antes da aplicação em clientes reais;
-    diagramas e tabelas de diagnóstico: para aprofundar a análise das características capilares e a compatibilidade química dos produtos;
-    simuladores digitais: ferramentas interativas que possibilitem a experimentação virtual de técnicas e procedimentos capilares;
-    portfólios digitais: para registro e apresentação das etapas das práticas realizadas, fomentando organização e reflexão contínua.

UC 5: Projeto Integrador Barbeiro. 
1.    Criatividade e atitude empreendedora: sugere-se o desenvolvimento de pesquisa colaborativa por meio da qual os alunos mapeiem áreas de atuação  profissional do barbeiro, no formato presencial ou digital, e proponham oportunidades baseadas na demanda e novas tendências.
2.    Visão crítica: recomenda-se a realização de debates sobre a hiperpersonalização de serviços versus a condução de situações nas quais o cliente deseje algo incompatível com sua barba ou cabelo, incentivando a orientação profissional fundamentada e o respeito à diversidade de perfis e necessidades.
3.    Colaboração e comunicação: promover simulações com interação do barbeiro com outros profissionais da área da Beleza, estimulando serviços integrados e que cuidem do visual masculino por completo.
4.    Autonomia digital: incentivar o uso de aplicativos de agendamento e de redes sociais para divulgar resultados de serviços e  portfólios.
5.    Atitude sustentável: sugere-se a apresentação de palestras com representantes de empresas com viés sustentável para favorecer o uso de produtos capilares e cosméticos menos agressivos ao meio ambiente e estimular práticas ecológicas na rotina profissional do barbeiro.

Forma de expressão dos resultados da avaliação
Toda avaliação deve ser acompanhada e registrada ao longo do processo de ensino-aprendizagem, garantindo um acompanhamento contínuo do desenvolvimento do aluno. Para isso, foram definidos os tipos de menção a serem utilizados tanto nos registros parciais, realizados ao longo do processo, como nos registros finais, ao término da unidade curricular ou do curso. 
As menções adotadas no Modelo Pedagógico Senac refletem o compromisso com o desenvolvimento das competências e visam minimizar a subjetividade na avaliação, proporcionando mais clareza e objetividade na mensuração do aprendizado. 
Dessa forma, foram estabelecidas menções específicas para cada etapa do processo avaliativo, assegurando coerência na progressão da aprendizagem e contribuindo para um acompanhamento mais preciso do desempenho dos alunos.

Menção por indicador de competência
A partir dos indicadores que evidenciam o desenvolvimento da competência, foram estabelecidas menções para expressar os resultados de uma avaliação. As menções que serão atribuídas para cada indicador são:
durante o processo:
•    atendido – A;
•    parcialmente atendido – PA;
•    não atendido – NA;

ao término da unidade curricular:
•    atendido – A;
•    não atendido – NA.

Menção por unidade curricular
Ao término de qualquer unidade curricular (Competência, Estágio, Prática Profissional, Prática Integrada ou Projeto Integrador) estão as menções relativas a cada indicador. Caso algum dos indicadores não seja alcançado em alguma UC, o aluno será considerado reprovado naquela unidade. É com base nessas menções que se estabelece o resultado da unidade curricular. As menções possíveis para cada uma são:
•    desenvolvida – D;
•    não desenvolvida – ND.

Menção para aprovação no curso
Para aprovação no curso, o aluno precisa alcançar D (desenvolvida) em todas as unidades curriculares.
Além da menção D (desenvolvida), o aluno deve ter frequência mínima de 75%, conforme legislação vigente. Na modalidade a distância, o controle da frequência é baseado na realização das atividades previstas:
•    aprovado – AP;
•    reprovado – RP.

Recuperação
A recuperação ocorrerá imediatamente à constatação das dificuldades do aluno, podendo ser propostas atividades como resolução de problemas, estudos dirigidos e outras estratégias de aprendizagem que contribuam para o desenvolvimento da competência. Na modalidade de oferta presencial, é possível a adoção de recursos de educação a distância.